O bruxismo diurno é um comportamento silencioso, comum e muitas vezes ignorado. A maioria das pessoas associa o bruxismo ao ato de ranger os dentes durante o sono, mas poucos sabem que ele também pode ocorrer enquanto estamos acordados — e é aí que mora o perigo. A Dra Heleny Corrêa alerta a 7 fatos essenciais sobre esse hábito que pode estar afetando sua saúde sem que você perceba.
1. O bruxismo diurno não é uma doença, mas sim um comportamento aprendido
Diferente de uma condição patológica, o bruxismo diurno é um comportamento parafuncional — ou seja, uma ação repetitiva que não tem uma função fisiológica útil. É o hábito de manter os dentes encostados, pressionados ou de movimentar a mandíbula de forma inconsciente durante o dia. Ele pode surgir como resposta ao estresse, concentração ou ansiedade.
2. Você pode estar fazendo isso agora, sem perceber
Esse é o aspecto mais preocupante: o bruxismo diurno acontece de forma automática. Imagine-se lendo um e-mail importante, dirigindo ou concentrado em uma tarefa. É nesse tipo de momento que, sem perceber, muitas pessoas encostam ou pressionam os dentes. Mesmo sem dor imediata, essa tensão constante na musculatura da face pode gerar danos cumulativos.
3. Encostar os dentes já é sinal de alerta
Um dos principais equívocos é acreditar que o problema só existe quando há dor ou ranger dos dentes. Mas a verdade é que os dentes só devem se tocar durante a mastigação ou deglutição. Em estado de repouso, eles precisam estar levemente separados. Qualquer contato fora desses momentos já é suficiente para ativar a musculatura, gerando sobrecarga e possíveis dores.
4. Os sintomas são sutis, mas impactam sua qualidade de vida
Dores de cabeça frequentes, sensação de peso no rosto, estalos ao abrir a boca, desconforto na mandíbula, fadiga ao acordar ou sensibilidade dentária podem ser sinais de que você está apertando os dentes durante o dia. Em alguns casos, o bruxismo diurno também pode desencadear dores cervicais e nos ombros, prejudicando até mesmo o sono e o humor.
5. O diagnóstico depende da conscientização
Como o bruxismo diurno não ocorre durante o sono, ele não é identificado em exames tradicionais. O diagnóstico depende da auto-observação e de perguntas estratégicas feitas durante a consulta odontológica. Costumo perguntar aos meus pacientes: “Durante o dia, seus dentes estão encostando?” A maioria responde que nunca havia pensado nisso — e essa é a primeira pista de que o comportamento está presente.
6. O tratamento começa pela mudança de hábito
Um dos caminhos mais eficazes para combater o bruxismo diurno é a consciência corporal. Técnicas de mindfulness, lembretes no celular, exercícios de respiração e o uso do “diário de hábitos” são recursos poderosos. Ao anotar em que momentos você percebe que está apertando os dentes, fica mais fácil quebrar esse ciclo automático. Pequenas pausas ao longo do dia para relaxar os músculos da face também fazem uma grande diferença.
7. Tratar cedo evita consequências graves
Quando ignorado, o bruxismo diurno pode evoluir para dores orofaciais intensas, desgaste do esmalte dos dentes, retração gengival, fraturas dentárias e disfunções na articulação temporomandibular (DTM). Ao identificar e tratar o problema desde cedo, é possível evitar o agravamento dos sintomas e preservar a saúde bucal e o bem-estar geral.
Conclusão: Você não está sozinho(a)
O bruxismo em vigília é mais comum do que se imagina, e o primeiro passo para superá-lo é tomar consciência. Se você se identificou com algum dos pontos acima, converse com um profissional especializado. Pequenas mudanças no seu dia a dia podem trazer alívio e restaurar a leveza da sua musculatura facial — e da sua vida.